Aromaterapia

As evidências históricas sugerem que a humanidade conhece o poder dos óleos essenciais muito antes do Período Neolítico, o qual terminou cerca de 4.000 anos atrás. As ervas aromáticas podem ter sido utilizadas na culinária e na medicina, como foi indicado através da descoberta de restos de plantas medicinais em sepulturas, que datam de cerca de 8.000 anos atrás.

A cultura Egípcia utilizava resinas, bálsamos e óleos aromáticos para uso medicinal, em cerimônias religiosas, para embalsamar e também oferecer aos seus deuses. Outras culturas ancestrais reconheceram os benefícios físicos e psicológicos dos óleos, incluindo a China e a Índia, durante o mesmo período que ocorreu no Egito antigo. As culturas Gregas e Romanas, refinaram este conhecimento e os adicionaram em sua cultura. Hipócrates, conhecido como o Pai da medicina moderna, escreveu há 2.500 anos, que “a chave para uma boa saúde, é descansar em um banho aromático e receber uma boa massagem”. Dioscorides escreveu em 100 d.C. em seu livro Materia Medica, sobre o poder dos óleos medicinais.

Com a queda do Império Romano e com a expansão do Cristianismo, os médicos romanos absorveram os conhecimentos dos livros de Galeno, Dioscorides e Hipócrates. Estes livros foram traduzidos para o idioma Persa e Árabe, sendo difundido por todo o mundo árabe.

A maioria dos óleos essenciais utilizados (antes de 1600 a.C) não eram destilados, como observamos hoje, eles eram produzidos através da maceração de plantas em óleos vegetais quentes, ou também em gorduras de animais. A destilação se tornou uma arte milenar, iniciando o seu processo pelo que trás as literaturas por volta de 2000 a.C., sugerindo que os árabes aperfeiçoaram o processo que já era conhecido, porém pouco utilizado, atribuindo assim aos árabes a grande iniciativa acerca do processo de extração dos óleos essenciais.

Entre o século VII e o século XIII, os alquimistas e filósofos árabes se dedicaram completamente a mais pura arte da alquimia, purificação e concentração de forças espirituais. Reviveram assim o uso da aromaterapia na medicina e na perfumaria, além de aperfeiçoar todas as técnicas já existentes. Os alquimistas com a sua busca incessante em encontrar o “elixir da vida” e os filósofos em busca da “pedra filosofal”, fizeram diversas descobertas que contribuíram para o entendimento da química por trás dos óleos essenciais.

Rene Maurice Gattefosse (1881-1950) 

Em 1928, um perfumista e cientista francês, conhecido como Rene Maurice Gattefosse, dedicava as suas pesquisas para o uso de óleos essenciais em cosméticos. Em uma das suas experiências no laboratório, ele foi gravemente queimado após uma explosão, rapidamente na tentativa de conter as chamas, imergiu o seu braço em um tanque contendo óleo essencial de lavanda; ele ficou surpreso quando a sua pele foi curada a uma taxa de cicatrização fenomenal e não deixou sequer rastros de infecção ou de cicatriz tecidual. Gattefosse ainda publicou um livro chamado de Aromaterapia, mostrando o uso dos óleos essenciais como antissépticos e bactericidas para o uso de tratamentos de pele, além de ter criado o termo Aromaterapia. Em um dos seus artigos, ele diz: “Os cosmetólogos franceses estão preocupados, pois imaginam que os óleos essenciais, que são estruturas naturais complexas, deveriam apenas ser utilizados isoladamente, sem interagir com outras substâncias. A terapia dermatológica se desenvolverá dentro da Aromaterapia, ou mesmo uma terapia envolvendo uma esfera de substâncias aromáticas, abrindo enormes possibilidades de tratamentos e descobertas para quem iniciar a explorar esta área”. 

Jean Valnet (1920-1995)

Jean Valnet, um médico Francês e cientista, que tinha como parte da sua experiência profissional, o hábito de utilizar ervas para o tratamento de doenças, incorporou na sua prática o uso de óleos essenciais, durante o tempo em que esteve na colônia Vietnamita, de posse da França. Ele percebeu o potencial dos óleos essenciais como parte do tratamento de distúrbios médicos e desordens psiquiátricas específicas e, em 1954, já havia estabelecido as doses de uso; o resultado dos seus estudos foi publicado no livro chamado de “A Prática da Aromaterapia, 1964” Esta se tornou a primeira matéria aromática que foi divulgada nos últimos tempos até então e provocou não apenas a consolidação, como também a expansão das aplicações terapêuticas dos óleos essenciais. Ele não só integrou os óleos essenciais na fitoterapia novamente, como também trouxe os óleos de volta ao modo como eles foram originalmente utilizados durante o Renascentismo. Considerado o Pai da medicina moderna dos óleos essenciais, os seus alunos incluem Belaiche, Lapraz, Durafourd, Penoel e Mailhebiau. Eles continuaram a desenvolver e manter a sua linha de pesquisa da década de 60 até os dias atuais.

Marguerite Maury​ (1895-1​968)

Marguerite Maury, uma enfermeira e assistente cirúrgica interessada em bioquímica, explorando o uso terapêutico de óleos nos anos 1940 e escreveu um livro chamado “O Segredo da Vida e da Juventude”. Ela combinou os óleos essenciais e produziu a terapia cosmética baseada em massagens que é utilizada até os dias atuais. Foi dela também a criação do conceito das prescrições individualizadas, nas quais as sinergias de óleos atuariam nas esferas física, psicológica e espiritual, para normalizar as funções que estão desequilibradas de cada pessoa. Ao descrever o efeito dos óleos essenciais na psique, ela afirmou “O maior interesse é o efeito do aroma no estado psíquico e mental do indivíduo, a percepção torna-se mais clara e aguda e há a sensação de ter, em certa medida, superado as dificuldades. Eles se tornam mais objetivos, e portanto, vivendo uma perspectiva de melhora verdadeira.”

Maury é responsável por criar a aromaterapia não medicinal, iniciada nos anos 50 na Inglaterra. Madeline Arcier continuou com o trabalho de Maury, difundindo os seus conceitos nas clínicas e nas escolas de Londres. Danielle Ryman, uma estudante, foi responsável por fazer a reimpressão do livro de Maury. 

Robert Tisserand (1948-

Home - Robert Tisserand

Robert Tisserand, um aromaterapeuta e massoterapeuta do Reino Unido, foi influenciado tanto por Valnet quanto por Maury, escrevendo o primeiro livro sobre aromaterapia em Inglês, no ano de 1977, intitulado de “A Arte da Aromaterapia”. Este livro se tornou a inspiração e aspara praticamente todos os futuros autores do tema por quase duas décadas. Essa abordagem holística é o que chamamos mundialmente de: Aromaterapia.


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